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Todo Derby é cercado de grande expectativa. Alguns entregam tudo o que prometem, outros não.
A expectativa para esse Derby, válido pela 9ª rodada do Campeonato Paulista, era ver como o Corinthians iria se comportar com o recém-chegado técnico António Oliveira.
O Palmeiras já estava com a classificação encaminhada, diferente do Corinthians, que vinha mal no campeonato e lutava por uma vaga nas quartas de final.
Devido à má condição do gramado do Allianz Parque, o jogo foi disputado na Arena Barueri, que teve seu recorde de público nesse jogo, com torcida única do Palmeiras.
A meta do Corinthians era de pelo menos encarar o Palmeiras de igual pra igual, visto que o rival vinha há anos empilhando conquistas, enquanto o Coringão estava em crise, tanto dentro quanto fora de campo.
Mas assim que a bola começou a rolar percebeu-se que o Palmeiras impunha o seu jogo e aplicava o seu favoritismo na prática.
O Corinthians cedia diversas chances ao Palmeiras, mas conseguia se segurar. Até que aos 44 minutos do primeiro tempo, Endrick abre o placar. Uma ducha de água fria nas pretensões corinthianas.
O segundo tempo continuou com dominância do Palmeiras, que aumentou o placar com Flaco López aos 22 minutos.
E assim o jogo se encaminhava para um final previsível, com os corinthianos apreensivos e com medo da derrota se transformar em goleada.
Mas o futebol... ah, o futebol...
O cenário acima permaneceu até os 42 minutos, quando uma série de acontecimentos improváveis fez o Derby entrar para a história. Vamos a eles:
42’ – Gustavo Mosquito faz boa jogada e cruza para Yuri Alberto marcar o gol que dava esperanças ao Timão.
44’ – Cássio é expulso após derrubar o atacante Rony em dividida na entrada da área. Com todas as substituições feitas, o zagueiro Gustavo Henrique foi para o gol.
Cogitou-se a ida de Yuri Alberto, mas alguém disse: “Não, precisamos dele no ataque, dá pra empatar!”.
49’ – Na cobrança de falta que originou a expulsão, Piquerez cobra para fora.
50’ – Murilo faz falta dura em Yuri Alberto, que deixa o campo chorando (fraturou uma costela). Murilo recebe apenas cartão amarelo, enquanto o Corinthians ficava com 9 jogadores em campo e um jogador de linha no gol!
54’ – Falta para o Corinthians. Rodrigo Garro, argentino recém-chegado ao clube, assume a cobrança. Segundo entrevistas após o jogo, combinou o cruzamento na área, em jogada ensaiada.
Mas não. O argentino chutou direto para o gol. No ângulo. O goleiro palmeirense Weverton achou que a bola iria para fora e não esticou o braço.
Azar dele! A bola bate caprichosamente na parte interna da trave e entra. Era o gol de empate do Corinthians. Um dos gols mais comemorados da história recente do clube.
Mais ainda não tinha acabado...
56’ – Falta para o Palmeiras. Após sobra na área, Murilo chuta a bola, que desvia levemente e complica a vida do goleiro (que não é goleiro) Gustavo Henrique.
A bola passa embaixo dos braços dele e rola lentamente para o gol. Mas Raniele tira a bola em cima da linha e joga para escanteio, que é cobrado, não dá em nada e o árbitro apita o fim de jogo.
Um empate com sabor de vitória. Vitória, não. Goleada. Um clássico para entrar para a história, não pelo que significou dentro da competição (mesmo
porque esse empate não foi suficiente para as pretensões do Corinthians, que não conseguiu a classificação para o mata-mata),
mas sim pelo poder de reação do Corinthians contra o seu maior rival. Um jogo que ficará na mente dos torcedores por muitos anos.
Afinal, se o que acontece em Vegas fica em Vegas, o que acontece em um Derby ecoa para sempre.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS: Cássio; Fagner (Matheus França), Félix Torres, Gustavo Henrique e Caetano (Hugo); Raniele, Fausto (Biro) e Rodrigo Garro; Wesley (Pedro Henrique), Yuri Alberto e Romero (Gustavo Silva). Técnico: António Oliveira
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez (Naves), Luan, Murilo, Piquerez, Aníbal Moreno, Zé Rafael (Gabriel Menino), Richard Ríos (Fabinho), Flaco López (Rony) e Endrick (Jhon Jhon). Técnico: Abel Ferreira
Local: Arena Barueri – Barueri (SP)
Data: 18/02/2024
Árbitro: Raphael Claus
Público: 29.647 pagantes
Gols: Endrick (44 - 1º), Flaco Lopez (22 – 2º), Yuri Alberto (42 – 2º) e Rodrigo Garro (54 – 2º)
